6 de novembro de 2007

Violência simbólica e mídia uma relação promíscua

Por Manuela Lira

Para muitas pessoas violentar está restrito a agressão física ou verbal. Mas a violência simbólica pouco divulgada, é talvez uma das piores formas de denegrir ou de diminuir a imagem da mulher.
Esse tipo de violência é comumente usado pelos meios de comunicação de massa, a mídia em geral, para propagar ou reproduzir valores patriarcais de uma maneira sutil que chega ao ponto de as próprias vítimas alimentarem esse tipo de abuso.
Segundo a integrante do instituto feminista SOS corpo, Verônica Ferreira, a principal conseqüência da violência simbólica seria uma postura de naturalidade ou de banalização passada pela mídia, que costuma tratar a mulher ainda como um ser “menor” que o homem.
Fotos, matérias, novelas, filmes, músicas e programas de rádio podem estar servindo de veículo para propagar a desigualdade, não só entre homens e mulheres, mas também entre negros e brancos, pobres e pretos.
A mídia considerada como o quarto poder reflete a ideologia de uma sociedade que está sempre em discordância e longe de uma solução para o problema.
“O poder patriarcal se reproduz em estruturas materiais e simbólicas que espalham a desigualdade”, afirmou Verônica Ferreira, e ao comentar a enxurrada de músicas que tratam a mulher como objeto, considerou “as letras em si, já são violentas, então há uma reprodução de violência simbólica porque ninguém questiona”.
Para a integrante do Centro das Mulheres do Cabo, Marina Aguiar, as mulheres precisam e devem se conscientizar participando ativamente da produção midiática, questionando e ligando para as rádios ou mídia em geral para reclamar da programação e exigir uma melhor qualidade.
Marina deixa essa reflexão: “Que poder é esse que nós mulheres temos e como a mídia faz nossa comunicação?”

Nenhum comentário: